6 de agosto de 2007

Duas histórias verídicas

Naturalmente, porque conheço muito bem as pessoas envolvidas nas duas histórias, os nomes vão ser substítuidos por apenas uma letra maiúscula e que não corresponde sequer aos seus nomes. Até porque a identidade, mesmo que pudesse ou fosse correcto revelar, não são relevantes para as histórias.
São curtas. Mas ambas têm o mesmo fio condutor e a mesma conclusão.
História 1
D (ela) namorou alguns anos com T (ele).
O namoro acabou e tanto D como T arranjaram novos namorados.
Passaram-se anos. Alguns. E D já estava de casamento marcado com o seu novo namorado quando sentiu que era a última hipótese de tentar lutar pelo seu antigo amor.
Com coragem, podem imaginar quanta foi necessária, contactou T e confrontou-o com os seus sentimentos. T, também com namorada há alguns anos, também teve de confrontar-se com tudo isto. Que fazer?
Ambos se aperceberam que a dor no passado deles de nada era importante agora, que o que importava era o que sentiam e decidiram tentar novamente, deixando os respectivos namorados.
No caso de D podem imaginar o que implicou, estando já o casamento marcado.
Enfrentaram tudo e todos contra, nomeadamente as respectivas famílias.
Mas assumiram, sem medo e com coragem, pela vontade de voltar a tentar e sabem como acabou esta história? Casaram e vão ser pais.
História 2
L (ela) e M (ele) foram namorados na adolescência e até aos 20 e poucos de ambos.
Eram a paixão um do outro mas a sua relação de anos acabou.
com muita dor para ambos, mas especialmente para M. Ele amava-a e viu o seu mundo ruir quanto tudo acabou.
Passaram-se muitos anos entretanto. L casara, teve um filho com o marido. M partilhava a sua vida com outra mulher.
Seguiram caminhos diferentes com cerca de 20 anos de separados.
No entanto, M teve problemas na sua relação e saiu de casa. Voltou para o seu bairro antigo, para casa dos pais.
Coincidência ou destino, L estava a divorciar-se do marido.
Uma coisa não tem que levar a outra, mas mesmo tantos anos passados, sem orgulho ou mágoa, tiveram a coragem de tentar uma vez mais o amor que nunca, afinal, terminara.
Estão hoje novamente juntos.
Destino?
Não creio. Creio que são pessoas que mesmo com o mundo e as probabilidades contra eles, decidem arriscar. Têm a noção de que só têm esta vida e que não é com mágoas, culpas ou adversidades que não tentam ser felizes novamente com aqueles com quem já partilharam uma vida, com amor e dor.
Não é o destino. É a maturidade e vontade de serem felizes e de não desistirem nunca, por mais pessoas que se metam no meio, por mais que os outros lhes digam para não seguir novamente pelo mesmo caminho, que os fizeram lutar. Por que não tentar? Que tinham a perder?! Nada!
E sabem, acima de tudo, que o passado apenas os fez crescer. Com o bom e o mau. E que não interessa o que lá vai. Interessa o agora, o presente e o que vem para o futuro.
Eu admiro estas quatro pessoas.
Não vão repetir os mesmos erros por se juntarem novamente. Pelo contrário, vão ser ainda mais felizes. Porque o conhecerem-se bem e a relação que já tiveram joga a favor deles. Nada melhor que estar novamente apaixonado por uma antiga paixão, conhecendo a pessoa melhor que ninguém e sabendo o que já sabem!
O futuro só pode ser melhor!
Estas pessoas foram iluminadas atempadamente e deixaram parvoíces para trás!

4 comentários:

DRC disse...

Arriscaram e ganharam com isso, não posso e não tenho nada a dizer contra. Na primeira história "ela" preferiu arriscar a viver uma "mentira" (do meu ponto de vista), em vez de ficar com A ou com B podia ter ficado sozinha e arcar as consequências das suas acções, felizmente para o casal resultou.
Na segunda história, pode não ser destino mas foi uma bela coincidência, e o facto de não ter medo de tentar trouxe felicidade.

Quanto à "moral da história", a maturidade, os erros passados, o não ter medo de arriscar, pode funcionar a favor, mas também pode funcionar contra, há que ter noção de que há "dois resultados" possíveis e estar preparado para aquele que menos nos agradar.

Ana Maia disse...

Bom, eu quis prestar homenagem a estes dois casais, porque acho que merecem.

Não faço comentários a outros possíveis cenários, porque não existem.

Ana Maia disse...

Já agora, na história 1. É possível amar duas pessoas. De maneira diferente. O que lhe aconteceu, e iria sempre a tempo, foi realmente pensar no que estava a fazer. Não há timnings, mas aconteceu e ela arriscou, seguiu o impulso e preferiu, se fosse caso, arrepender-se do que fez em vez do que não fez, ou não faria.

Sunshine disse...

Apenas sei que nos arrependemos mais daquilo que não fazemos e dizemos e deixamos de lutar... do que aquilo que aquilo que arranjamos a coragem de tentar.