8 de junho de 2011

Pensei em filiar-me recentemente num partido político.
A situação actual do país alimentou ainda mais o meu interesse pelos assuntos da política e de participação activa na resolução dos problemas.
Mas não tenho disponibilidade para o fazer. Nem pessoal, nem profissional, nem emocional.
Esta vontade vem de há algum tempo, há mais de uma década. Optei por continuar activa cívicamente. Não é a mesma coisa, mas igualmente importante. Mantenho a independência a todos os níveis. Acima de tudo mantenho a coerência.
Apoioarei as causas que sempre apoiei e outras com que me identifique, e manterei a minha voz crítica. Mas não consigo entrar no sistema partidário. Talvez nunca conseguirei pelas minhas reservas e prioridades.

1 comentário:

Clairvoyant disse...

Pois não admira nada que muitas pessoas não consigam dar esse passo. À muitos anos que alguém me dizia que eu poderia ter jeito para a coisa, e eu nunca aceitei misturar-me com essa gente, principalmente porque tenho muito respeito à minha mãe e não quero que lhe chamem nomes através de mim.

Cada um de nós contribui da sua forma, com o seu jeito particular. Nós não somos obrigados a ser bons em qualquer coisa, seja ela qual for. Raros são os que reunem a capacidade de trabalhar em dezenas de actividades diferentes e não necessitar de serem felizes em alguma medida através do trabalho.

A maior parte das pessoas precisa de se sentir bem com o que faz, eu sou um deles, mas tenho a noção que é um luxo fazer apenas o que se gosta.

Francamente, desisti dos políticos. Não digo com isso que desisti de Portugal. Aliás, das coisas que não consigo perdoar ao Saramago foi a frase "zanguei-me com o meu país". Ainda assim o sacanola foi coerente, não gostava de cá estar e pirou-se. Fez muito bem.

Creio que todos aqueles que sentem um apelo de contribuir para o seu país, deviam fazer um pequeno teste: Comecem por varrer a parte da rua que fica na entrada da sua própria casa ou prédio (continuamente, não apenas para a fotografia). Isso é dar um pouquinho de si para o bem comum. O pretendente a político que não for capaz de assumir que pode ser visto a limpar o seu pedaço de rua, ou que se acha demasiado importante para o fazer, tem desde esse momento a noção que nunca terá o meu voto, e provavelmente também não terá o de qualquer português com consciência nacional.