1 de julho de 2007

Os verdadeiros amigos contam-se pelos dedos das mãos. E assim é que é. Porque de facto, podemos ter muitos conhecidos, colegas com quem nos damos melhor, até amigos de amigos. Mas aqueles amigos com quem sabemos que podemos contar nos verdadeiros momentos da vida, nos bons, mas especialmente nos maus, são poucos.
E quando se diz que se tem muitos amigos... desculpem, algo vai mal na concepção de amizade.
São aqueles a quem podemos ligar às 3 da manhã, que estão disponíveis para nos ouvir quando estamos mal sem achar uma chatice, aqueles que nos acompanham na morte de familiares porque estão lá por nós, porque é preciso.
Felizmente tenho poucos mas verdadeiros amigos. Com quem sei que posso partilhar tudo na vida, sem cobranças, sem interesse, sem egoísmo. Estão lá, e sabemos que estão à distância de uma chamada.
Estive hoje com um desses amigos. A nossa amizade nasceu de circunstâncias pouco prováveis, por isso mesmo somos especiais, diferentes mas com bases idênticas de valores, de perspectivas da vida.
Não via esta amiga há anos, não nos encontramos com frequência por motivos meramente rotineiros dos nossos dias atarefados do trabalho. Mas não precisamos de nos vermos para sabermos que somos verdadeiras amigas, que ao mínimo apelo estamos lá.
É tão bom ter amigos assim. Porque as amizades de coração não têm necessariamente de ser aquelas com quem nos encontramos frequentemente. A amizade é um sentimento que ultrapassa distâncias geográficas e temporais. E quando hoje nos encontrámos foi como se nos tivessemos visto a semana passada. Não há momentos de constrangimento, de não se saber o que dizer. É amizade pura, vinda do sítio certo e que nunca desaparece ou dilui.
Sinto-me especialmente bem por ter estado com alguém que se preocupa, que ouve e partilha, que aconselha e ao mesmo tempo respeita quem somos.
Adorei estar contigo!