27 de fevereiro de 2007
22 de fevereiro de 2007
20 de fevereiro de 2007
há coisas fantásticas...
como até ter direito a um post endereçado a mim!
Nem estou em mim!
Ai, que vou chorar! Ai, que...que...emoção!
http://somaborrecem.blogspot.com/
:)
Nem estou em mim!
Ai, que vou chorar! Ai, que...que...emoção!
http://somaborrecem.blogspot.com/
:)
19 de fevereiro de 2007
Boa notícia
É mesmo uma boa notícia!
É com muita satisfação que vejo nascer este blog!
Sendo de quem é tem tudo para ser um blog interessante, dos que passam a ser visita obrigatória a nível diário!
Para quem já viu por aqui a assinatura DRC....
....xarammmm!
http://dracosrealm.blogspot.com/
É com muita satisfação que vejo nascer este blog!
Sendo de quem é tem tudo para ser um blog interessante, dos que passam a ser visita obrigatória a nível diário!
Para quem já viu por aqui a assinatura DRC....
....xarammmm!
http://dracosrealm.blogspot.com/
um esclarecimento
Cabe-me explicar para que servia o marcador Pessoal.
Não apenas se dedicava a marcar algo relacionado com a minha vida, mas também coisas que escrevo. Ou seja, textos, reais ou ficção.
Como a confusão tem sido alguma, deixei de utilizar o marcador Pessoal e passei a utilizar o marcador Unresigned para estes textos.
disse que ia ser assim
disse que ia ser assim
que não podia prometer nada
não deve prometer-se sem poder cumprir
mesmo com vontade de o fazer
mesmo não sabendo o que vai ser
então que não se prometa e não se cobre
disse que ia ser assim
que não podia mentir
não deve dizer-se nada que não a verdade
mesmo querendo acreditar
mesmo não sabendo distinguir
então que não se minta e não se disfarce
disse que ia ser assim
que não podia entregar
não devemos entregarmo-nos sem a certeza do que estamos a fazer
mesmo apetecendo
mesmo custando não o fazer
então que não se entregue e não se precipite
disse que ia ser assim
que precisava de espaço
não deve suforcar-se ninguém
mesmo sentindo um vazio
mesmo sentindo saudade
então que não se sufoque e se deixe respirar
disse que ia ser assim
que estar bem era uma prioridade
mesmo sentido falta
mesmo sentido solidão
então que encontre esse bem estar e seja feliz
que não podia prometer nada
não deve prometer-se sem poder cumprir
mesmo com vontade de o fazer
mesmo não sabendo o que vai ser
então que não se prometa e não se cobre
disse que ia ser assim
que não podia mentir
não deve dizer-se nada que não a verdade
mesmo querendo acreditar
mesmo não sabendo distinguir
então que não se minta e não se disfarce
disse que ia ser assim
que não podia entregar
não devemos entregarmo-nos sem a certeza do que estamos a fazer
mesmo apetecendo
mesmo custando não o fazer
então que não se entregue e não se precipite
disse que ia ser assim
que precisava de espaço
não deve suforcar-se ninguém
mesmo sentindo um vazio
mesmo sentindo saudade
então que não se sufoque e se deixe respirar
disse que ia ser assim
que estar bem era uma prioridade
mesmo sentido falta
mesmo sentido solidão
então que encontre esse bem estar e seja feliz
18 de fevereiro de 2007
16 de fevereiro de 2007
CNLP
14 de fevereiro de 2007
Informação
Ficam a saber que hoje, o dia de S. Valentim (vulgarmente chamado de Dia dos Namorados) é também o dia europeu da disfunção sexual.
Não deixa de ter a sua piada terem escolhido este, de tantos dias do ano possíveis, para assinalar tal disfunção...
Não deixa de ter a sua piada terem escolhido este, de tantos dias do ano possíveis, para assinalar tal disfunção...
13 de fevereiro de 2007
O Pior Português de Sempre
Foi hoje na Sic Notícias em directo. E os vencedores foram....
- na categoria 'o que pior representa' (Quem melhor encarna as piores qualidades do povo português?):
Fátima Felgueiras
em competição com: Pinto da Costa, Valentim Loureiro, Lili Caneças e Alberto João Jardim;
- na categoria 'o maior responsável' (Que político / personalidade mais contribuiu para a ruína do nosso País?):
António Oliveira Salazar
em competição com: Mário Soares, Durão Barroso, Cavaco Silva e António Guterres.
Foram ainda revelados os vencedores dos prémios Inimigo Público:
- concorrência desleal: Carolina Salgado
- carreira Bocage: Manuel João Vieira (entregue pessoalmente)
- amigo do inimigo (aka prémio Dr Santana Lopes): Manuel Maria Carrilho
- na categoria 'o que pior representa' (Quem melhor encarna as piores qualidades do povo português?):
Fátima Felgueiras
em competição com: Pinto da Costa, Valentim Loureiro, Lili Caneças e Alberto João Jardim;
- na categoria 'o maior responsável' (Que político / personalidade mais contribuiu para a ruína do nosso País?):
António Oliveira Salazar
em competição com: Mário Soares, Durão Barroso, Cavaco Silva e António Guterres.
Foram ainda revelados os vencedores dos prémios Inimigo Público:
- concorrência desleal: Carolina Salgado
- carreira Bocage: Manuel João Vieira (entregue pessoalmente)
- amigo do inimigo (aka prémio Dr Santana Lopes): Manuel Maria Carrilho
10 de fevereiro de 2007
9 de fevereiro de 2007
8 de fevereiro de 2007
Saudade
"Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet eencontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ele continua cantando tão bem;
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler... "
Miguel Falabella
Texto publicado no Jornal "O Globo"
(Sunshine.... há lágrimas que não devem conter-se. Obrigada pelo texto)
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet eencontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ele continua cantando tão bem;
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler... "
Miguel Falabella
Texto publicado no Jornal "O Globo"
(Sunshine.... há lágrimas que não devem conter-se. Obrigada pelo texto)
Pensamento
"Ancoramos as nossas angústias em coisas que nos complicam a vida. Melhoramos quando percebemos que não estão fora, mas dentro de nós."
IL
Obrigada, DRC.
7 de fevereiro de 2007
Carminho & Sandra
Carminho senta-se nos bancos almofadados do BMW da mãe.
Chove lá fora .Encosta o nariz ao vidro para disfarçar duas enormes lágrimas que lhe rolam pela face. A mãe conduz o carro e aperta-lhe ternamente a mão. Há muito trânsito na Lapa ao fim da tarde. A mãe tem um olhar triste e vago mas aperta com força a mão da filha de 18 anos. Estão juntas. A caminho de Espanha.
(Mais a baixo na cidade)
Sandra senta-se no banco côr-de-laranja do autocarro 22 que sai de Alcântara.
Chove lá fora. Encosta o nariz ao vidro para disfarçar duas enormes lágrimas que lhe rolam pela face. A mãe está sentada ao lado dela. Encosta o guarda-chuva aos pés gelados e aperta-lhe ternamente a mão. Há muito trânsito em Alcântara ao fim da tarde. A mãe tem um olhar triste e vago mas aperta com força a mão da filha de 18 anos. Estão juntas. A caminho de casa de Uma Senhora.
O BMW e o autocarro 22 cruzam - se a subir a Avenida Infante Santo.
Carminho despe-se a tremer sem nunca conseguir estancar o choro. Veste uma bata verde. Deita-se numa marquesa. É atendida por uma médica que lhe entoa palavras doces ao ouvido, enquanto lhe afaga o cabelo. Carminho sente-se a adormecer depois de respirar mais fundo o cheiro que a máscara exala. Chora enquanto dorme.
Sandra não se despe e treme muito sem conseguir estancar o choro. Nervosa , brinca com as tranças que a mãe lhe fez de manhã na tentativa de lhe recuperar a infância. A Senhora chega. A mãe entrega um envelope à Senhora. A Senhora abre-o e resmunga qualquer coisa. É altura de beber um liquido verde de sabor muito ácido. O copo está sujo, pensa Sandra. Sente–se doente e sabe que vai adormecer. Chora enquanto dorme.
Carminho acorda do seu sono induzido. Tem a mãe e a médica ao seu lado. Não sente dores no corpo mas as lágrimas não param de lhe correr cara abaixo. Sai da clínica de rosto destapado. Sabe –lhe bem o ar fresco da manhã. É tempo de regressar a casa. Quando a placa da União Europeia surge na estrada a dizer PORTUGAL, Carminho chora convulsivamente.
Sandra não acorda. E não acorda . E não acorda. A mãe geme baixinho desesperada ao seu lado. Pede à Senhora para chamar uma ambulância. A Senhora não deixa, ponha–se daqui para fora com a miúda, há uma cabine lá em baixo, livre–se de dizer a alguém que eu existo.
A mãe arrasta a Sandra inanimada escada a baixo. Um vizinho cansado, chama o 112 e a polícia.
Sandra acorda no quarto 122 dias depois. As lágrimas cara abaixo. Não poderás ter mais filhos, Sandra, disse–lhe uma médica, emocionada.
Sai do hospital de cara tapada, coberta por um lenço. Não sente o ar fresco da manhã. No bolso junto ao útero magoado, a intimação para se apresentar a um tribunal do seu país: Portugal.
Eu voto sim . Pela Sandra e pela Carminho. Pelas suas mães e avós. Por mim.
Rita Ferro Rodrigues in http://www.sorriso-do-bisturi.blogspot.com/
Chove lá fora .Encosta o nariz ao vidro para disfarçar duas enormes lágrimas que lhe rolam pela face. A mãe conduz o carro e aperta-lhe ternamente a mão. Há muito trânsito na Lapa ao fim da tarde. A mãe tem um olhar triste e vago mas aperta com força a mão da filha de 18 anos. Estão juntas. A caminho de Espanha.
(Mais a baixo na cidade)
Sandra senta-se no banco côr-de-laranja do autocarro 22 que sai de Alcântara.
Chove lá fora. Encosta o nariz ao vidro para disfarçar duas enormes lágrimas que lhe rolam pela face. A mãe está sentada ao lado dela. Encosta o guarda-chuva aos pés gelados e aperta-lhe ternamente a mão. Há muito trânsito em Alcântara ao fim da tarde. A mãe tem um olhar triste e vago mas aperta com força a mão da filha de 18 anos. Estão juntas. A caminho de casa de Uma Senhora.
O BMW e o autocarro 22 cruzam - se a subir a Avenida Infante Santo.
Carminho despe-se a tremer sem nunca conseguir estancar o choro. Veste uma bata verde. Deita-se numa marquesa. É atendida por uma médica que lhe entoa palavras doces ao ouvido, enquanto lhe afaga o cabelo. Carminho sente-se a adormecer depois de respirar mais fundo o cheiro que a máscara exala. Chora enquanto dorme.
Sandra não se despe e treme muito sem conseguir estancar o choro. Nervosa , brinca com as tranças que a mãe lhe fez de manhã na tentativa de lhe recuperar a infância. A Senhora chega. A mãe entrega um envelope à Senhora. A Senhora abre-o e resmunga qualquer coisa. É altura de beber um liquido verde de sabor muito ácido. O copo está sujo, pensa Sandra. Sente–se doente e sabe que vai adormecer. Chora enquanto dorme.
Carminho acorda do seu sono induzido. Tem a mãe e a médica ao seu lado. Não sente dores no corpo mas as lágrimas não param de lhe correr cara abaixo. Sai da clínica de rosto destapado. Sabe –lhe bem o ar fresco da manhã. É tempo de regressar a casa. Quando a placa da União Europeia surge na estrada a dizer PORTUGAL, Carminho chora convulsivamente.
Sandra não acorda. E não acorda . E não acorda. A mãe geme baixinho desesperada ao seu lado. Pede à Senhora para chamar uma ambulância. A Senhora não deixa, ponha–se daqui para fora com a miúda, há uma cabine lá em baixo, livre–se de dizer a alguém que eu existo.
A mãe arrasta a Sandra inanimada escada a baixo. Um vizinho cansado, chama o 112 e a polícia.
Sandra acorda no quarto 122 dias depois. As lágrimas cara abaixo. Não poderás ter mais filhos, Sandra, disse–lhe uma médica, emocionada.
Sai do hospital de cara tapada, coberta por um lenço. Não sente o ar fresco da manhã. No bolso junto ao útero magoado, a intimação para se apresentar a um tribunal do seu país: Portugal.
Eu voto sim . Pela Sandra e pela Carminho. Pelas suas mães e avós. Por mim.
Rita Ferro Rodrigues in http://www.sorriso-do-bisturi.blogspot.com/
4 de fevereiro de 2007
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