Viver supostamente com alguém, mas ter a sensação de estar com um estranho.
Sentir que quem nos deveria conhecer melhor é quem menos nos conhece.
Ficar sem assunto com alguém supostamente íntimo.
A pior solidão é aquela que se sente quando não estamos sozinhos, mas nos sentimos terrivelmente sós e vazios.
8 comentários:
ou seja, viver com alguém ausente. viver acompanhada mas só.
Tal como muitos outros, já estive nessa situação, reconheço-o. Já a senti, e por vezes fico com a percepção que está a acontecer, e acontece em muitos aspectos, seja mais íntimos, seja em brincadeira.
Eu não tenho o dom da palavra ou a denominada lábia, pelo que entre amigos o risco dessa situação agudizar-se aumenta, por outro lado (ou talvez não) também demoro a dar/ganhar confiança pelo que tanto pode proteger-me como prejudicar.
Com alguém "especial" o dom da palavra não se coloca tanto em questão, poderá ser mais um problema de comunicação, ou mesmo de sinceridade, mas ficar sem assunto ou sentirmo-nos estar com um estranho, esse alguém já não é assim tão especial, aqui poderá colocar-se o conflito cabeça vs coração.
E a familia, até que ponto um pai/mãe conhece o seu filho(a)? ou vice-versa? Ainda existem as "tradicionais" famílias que se juntam à mesa ao almoço/jantar e falam do que aconteceu durante o dia, ou a "evolução" da Sociedade já predomina na familia? Pais e filhos com a sua própria agenda e que vêem-se apenas 5 minutos em 24h, que estão fatigados ao fim de um dia de trabalho e adormecem à frente da televisão sem perguntar como correu o dia.
E quando se dá por isso, os pais ficam surpreendidos com os filhos e já nãos os conhecem; os filhos passam a ver os pais como estranhos que apenas dão comida e abrigo; marido e mulher pensam que sabem sobre um e outro e apanham com cada surpresa.
Voltando à solidão, é de facto a pior solidão, e nem sequer é um caso de "mais vale só do que mal acompanhado". O não ter ou não conseguir partilhar algo com alguém pode fazer com que pensemos que o problema seja nosso, colocar em causa o nosso papel no universo.
E se uma pessoa nos pode deixar assim, então o que aconteceria se fossem mais ao mesmo tempo?
Quanto à "adenda" ao tópico, poderia ilustrar por um lado um casal onde um está em casa o dia todo e o outro fora, por outro lado, podem estar os dois em casa com um deles preocupado apenas com a sua vida/objectivos.
Tentei abordar apenas os casos mais familiares/íntimos, e até posso não ter tocado na ideia que suscitou o tópico, mas sobre este tipo de solidão, muito se poderia dizer sobre amizades e sobretudo discriminação.
E quando te estendem a mão e olhas para o lado?
E quando te isolas dos que te querem?
E quando rejeitas a solidão ao estar ainda mais sozinho/a?
E quando não estás contente com o que tens e não fazes por mudar?
Quem está mal muda(-se), ou então não.
Opções.
Ao tentar imaginar o scenário apenas deixa-me com um grande vazio e sensação de gelo no meu estomago. Reconheço o desgasto emocional de duas pessoas que querem estar juntas e não sabem como.
Acho que as relações familiares conseguem ser menos "graves" que um relacionamento com outra pessoa porque um familiar nunca deixa de ser um familiar... existe um laço invisivel que faz com que os familiares tenham sempre um tipo de ligação.
Num relacionamento... os laços já são bem diferentes, ou existem ou deixam de existir.
Nunca passei por um momento destes e espero nunca ter que passar mas ao imaginar-lo dá-me aquele pánico que obrigava-me a sacudir a mim mesma e a outra pessoa... a falar, chorar, gritar - COMMUNICAR!
Quando não se communica com os outros, vamos perdendo mais e mais o conhecimento da outra pessoa, como pensa como se sente etc.
Ficar calado é desistir... NÃO! Há que lutar, conversar tudo o que vai na alma até que os dois saibam o que se passa com o outro e pensar em soluções, alternativas... um projecto comum.
Bolas! Se no nosso trabalho, já é complicado lidar com as pessoas mas conseguimos criar pontes por necessidade porque não engolir o orgulho e criar as pontes pelo amor... pelo AMOR! que não existe outro motivo para duas pessoas estarem juntas senão o AMOR!
Humiliação? Dar o braço a torcer? engolir orgulho e sapos do tamanho de gorilas?... meus amigos, pior que isso é a solidão, e esta consegue ser bem pior.
Não dou conselhos a ninguem, especialmente sobre assuntos que desconheço no entanto sei apenas que estando na mesma situação eu espero ser aquela que lute pela outra pessoa até perder as forças todas.
Pois se existe frase que nunca irei esquecer foi quando uma vez a minha mãe me disse "Quando já não há mais nada a dizer, é que sabe que já acabou tudo"
Eis o fim.
n existe pior nem melhor solidão; ou está-se só ou não e hoje só se está só por opção.
por acaso acho que existe melhor e pior solidão. Eu sempre fui solitária e sempre gostei de o meu espaço e tempo por opção. Essa solidão é, até, excelente!
Quanto a opções e mudar...pois, isso todos nós sabemos. Eu sei o que fazer. O quando e como e em que sentido só vivendo a situação acho que podemos falar nela.
Este post não pede ajuda, não pede conselhos. Este post é uma partilha, um desabafo.
Àqueles que nunca tiveram um silêncio acutilante com alguém, que nunca se sentiram sós...bem, estraordinário! Sortudos! Acho, no entanto, mesmo muito estranho.
Nem de propósito, e como isto obviamente é algo que em determinados momentos todos podemos tropeçar, sugiro visita ao blog " neurónio perdido ",cujo endereço encontram nos meus links.
Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo..... isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar..... isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos.....isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado..... isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma .
(Francisco Buarque de Holanda)
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