19 de novembro de 2006

É fácil e quase automática a tendência que temos de julgar os outros.
Fazer juízos de valor.
Não é analisar, não é opinar. Isto é muito diferente. Julgar e moralizar são tendências a evitar.
Cada vez mais luto por não o fazer. Cada um é um ser diferente. Cada vida é uma história e só quem passa pelas situações e as vive pode saber o que são. Boas e más. É igual.
Julgar os outros sem sabermos do que estamos a falar é muito comum. Se estivermos atentos a nós próprios no dia-a-dia conseguimos identificar esse impulso, quase uma necessidade.
No entanto, quase sempre fazemos juízos de valor pela negativa. É sempre mais fácil dizermos " se fosse eu..." " comigo isso não acontecia...", etc, etc. É sempre mais cómodo quando falamos dos outros assim do que olhar para nós próprios. Fariamos mesmo difrente ou melhor? Como sabemos, estamos na pele da pessoa sobre quem nos achamos no direito de julgar?

5 comentários:

Sunshine disse...
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Sunshine disse...

Não é por uma pessoa ter uma opinião que está a julgar outra. Por vezes quando se expressa começando por "se fosse eu..." estamos apenas a compartilhar com a outra pessoa a nossa opinião, a nossa perspectiva.
Acho que é bom tentar nos por na pele dos outros, é sinál que gostamos deles e tentamos os compreender.
Às vezes as pessoas misinterpretam isso como juizes de valor e depois não compreendem porque as pessoas desistem de ter uma opinião com eles.
Tento não fazer juizes de valor, embora gero sempre uma opinião minha: afinal tenho cerebro e penso por mim e por isso tenho sempre opinião própria mesmo quando não a expresso.
Respeito a opinião e as decisões dos outros e tento a não dar opiniões para quem não as quer, é igual a falar com alguem que só se quer ouvir a si mesmo.

De facto é fácil falar... difficil é escutar... ouvir... tentar compreender e respeitar a perspectiva dos outros.

Anónimo disse...

O problema, pelo menos no meu caso, é que damos por certo esse juízo de valor, e quando nos apercebemos que o mesmo está errado por vezes é tarde.

A causa para este problema? A meu ver é o desconhecimento, causa insegurança e surge a necessidade de explicar o que não sabemos, de banir o que é contra, de dizer mal quem é diferente. Nesta perspectiva há um dizer - "Teme o que não conheces e não o que conheces" - que se encaixa perfeitamente.

A questão depois desenvolve-se em aspectos pouco definidos, há quem se sinta bem em temer o desconhecido, outros há que ganham coragem para conhecer o que não conhecem e consciente ou inconscientemente acabam por conhecer-se melhor a si próprios. Mas também quem diz coragem, muitas vezes simplesmente é vontade e/ou iniciativa.

O não saber do que os outros são capazes leva-nos a dizer que podemos fazer melhor ou a minimizar o seu esforço. O direito de julgar, querendo ou não fazer esse juízo de valor, esse "julgamento" é e será sempre feito, o que muda é que se for sobre algo desconhecido, iremos chamar "juízo de valor", se for sobre algo que conhecemos, iremos dar-lhe outros nomes - - tentando recorre o menos possível a "juízo de valor" porque a este termo está associado uma carga mais negativa.

Como foi dito no início do tópico, é fácil e quase automática a tendência para fazer juízos de valor, e penso que os mesmos não deixarão de existir. Resta-nos tentar fazer o menos possível e ter consciência daqueles que fazemos.

Ana Maia disse...

Nem mais, por ser uma linha tão ténue opinar ou julgar, por isso mesmo, é um desafio constante e que nos acompanha toda a vida.

L'enfant Terrible disse...

Eu iria mais longe. Às vezes até opinar pode ser ofensivo, pelo que me tento abster de tecer quaisquer comentários se o posso evitar!

Bom post!