18 de julho de 2007

É complicado fazer o que eu faço. Assumo e seria melhor eu ser mais comum em determinadas atitudes.
Mas a nossa formação, o nosso carácter, é intrínseco e pouco muda durante a vida.
Mudamos em estilo de abordagens, em maturidade, medimos de outra forma as acções e consequências do que fazemos. Mas quem somos, o nosso core, adapta-se, molda-se, mas não muda. Ainda bem para uns, pior para outros. Mas parece ser assim quase sempre no essencial.
Tenho passado por algumas situações complicadas, como todos nós. Por motivos profissionais ou pessoais.
Já me tentaram prejudicar no trabalho por fazer sombra a quem não dava jeito. Fizeram coisas inclusivamente graves, que me poderiam ter prejudicado seriamente, mas não conseguiram porque quem me conhece sabe quem sou e não foi na conversa (o chefe na altura). Trabalho ainda directa e diariamente com algumas dessas pessoas. E a melhor resposta que sempre dei foi a inversa do que seria esperado. Sabem que eu sei. Mas sou profissional ao ponto de continuar a trabalhar, cooperar, ajudar inclusivamente quem um dia me tentou apunhalar pelas costas. E sempre que o faço sou eu que dou uma lição às pessoas em questão. Porque sabem tão bem quanto eu que elas não seriam capazes de o fazer. Porque são más, mesquinhas, baixas e o que fiz e faço coloca-me sempre uns patamares acima na escala do nível. E digo-vos, sabe bem melhor do que ter feito um escândalo, ter andado à estalada ou ter-me ido abaixo. Sei que falo com essas pessoas de cabeça erguida, bem erguida até e o contrário dificilmente acontece. Ficam por baixo. E ficarão para sempre.
A nível pessoal acontece o mesmo. Fui violentada emocionalmente de uma forma cruel, embora subtil. Caí mas rapidamente voltei a levantar-me e, uma vez mais, fiquei por cima. Ficou claro quem tinha feito o quê e consigo manter contacto com quem foi imaturo, baixo, sem valores. Com quem não merece respeito, não merece voltar a ter o privilégio de comunicar comigo seja de que forma for.
Mas consigo ser superior a isso tudo, aos ímpetos de ser igualmente reles, e reagir da forma que menos esperam quando nos fazem mal. Não é bem o dar a outra face. Porque não dou, muito longe disso. Sou boa, mas não sou parva. Trata-se normalmente de não baixar ao mesmo nível e quando esperam um estalo dar um sorriso e quando esperam um sorriso, se for preciso, dar um estalo.
Não sei se consigo explicar isto de uma forma perceptível, talvez quem me conheça muito bem reconheça nestas palavras atitudes presenciadas.
Seja como for, há sempre um limite. Mas até o limite ser atingido, eu ajo assim. Sou como sou.
Está para chegar o dia em que prejudicarei alguém intencionalmente para chegar seja onde for, porque não tenho capacidades para o fazer de outra forma. Costumo dizer que prefiro morrer pobre mas de consciência tranquila. (sobre o lado profissional da questão).
Sobre o pessoal, deixo tudo bem claro. E quando pensam que estão a dar-me baile ou convencidos que não sei o que se passa ou passou, enganam-se. Sei muito bem, apenas não faço o que fariam no meu lugar. E isso deixa muita gente lixada!
Se conseguirem pensar em alguma situação em que o esperado é X, tentem fazer Y. Por vezes é mesmo a melhor resposta a dar.

3 comentários:

DRC disse...

Reconheço-te essa tua maneira de agir, é uma das coisas e sobretudo aliada à frontalidade que sinto orgulho em ti enquanto amigo, uma das tuas melhores caracteristicas e algo que não deves mudar a não ser que o queiras por ti.

Realmente não é fácil, as dores ou traições que mencionas serão únicas para ti, não há comparações mas há situações semelhantes. Em resposta a um desafio teu, disse que uma das coisas que melhor fazia era fingir-me de estúpido, é um outro subterfúgio e que é usado com fins diferentes, mas que vai igualmente servir para não ceder à resposta fácil e menos credível.

Concordo contigo, que a melhor resposta é a oposta à que é esperada, mas cuidado que se calhar do outro lado está um "génio louco" e resposta que pensas ser a oposta é a que se quer da outra parte. Difícil, não é?

E agora puxando para o plano pessoal e mostrando que dás oportunidades a quem merece (vai parecer auto-elogio, mas não é), eu sou um exemplo de pessoa que de início não foi completamente honesto contigo e que agora sinto, e cada vez mais, um prazer em ser teu amigo para além do orgulho já acima mencionado.

Espero da minha parte não magoar-te em nenhum sentido, de resto só e por agora só posso dar-te o meu apoio e companhia.

Anónimo disse...

Acho que tu já disseste tudo.
Temos mesmo é de ser imprevisiveis e deixar as outras pessoas a pensar 1, 2, 3 vezes até perceberem porque razão não tivemos as atitudes que se esperavam.

O David Fonseca tem uma música em que algures ele diz I will disappoint you, and i don't care if i do.

Podemos mudar, adaptarmo-nos a situações mas nunca podemos deixar de sermos nóes proprios.

Anónimo disse...

E mais nada!!!
;)

Auuuuuuuuuuuuuuuuú...