10 de outubro de 2006

talvez porque comecei a pensar mais em mim
a vontade de fazer aquilo que apetece, de viver cada momento pelo momento, cada pôr do sol como se fosse o último.

dar prioridade a mim mesma não aos outros, não ao que os outros dizem que devo dar
fazer escolhas, pelas razões certas mesmo que sejam escolhas erradas
confuso? complicado? bastante

certo, errado!
faz, não faz!
diz, não diz!
sente, não sente!

Espera! Isto não consigo controlar, eu não consigo dizer a mim mesma não sintas isso porque não devias estar a senti-lo! Ninguém consegue.

como é possível? como se lida com isto? sem ter o anjo num ombro e o diabo no outro? e dar razão a ambos? e querer seguir ambos?

se sinto, se quero, se me apetece....?

por que não arriscar? por que não cometer uma loucura?
porquê tantas amarras?

tantas regras, tão pouca naturalidade
tanto racionalismo, tão pouca verdade
tanto controlo, tão pouca felicidade

4 comentários:

Anónimo disse...

Bem, visto o tema ter sido um pouco já debatido antes do comentário e de ter ficado com uma melhor ideia do "background", Vou dividir este meu modesto comentário em duas partes.

Começar por realçar que o assunto é e será sempre um tema (ou práctica) complicado.

Num nível mais individual, existe sempre um desejo de fazer algo diferente, fora da rotina, a uma pessoa é-lhe dita para comportar-se e/ou fazer isto ou aquilo, desta ou daquela forma, quase sempre enfatizando o "encaixamento social" em detrimento da personalidade individual. "Encaixe social" que nos diz que é errado ter sentimentos como ciúme, luxúria, amor (em determinados contextos), que diz para trabalhar" unicamente para o futuro sem viver o presente.
Pequeno exemplo: uma pessoa (A) ter sentimentos por outra (B)já comprometida, qualquer um pode dizer que é errado amar essa pessoa (B), mas quem é que consegue controlar os sentimentos por essa pessoa, não existe botão para desligar, e a pessoa (A) tal como outros pode ter noção que a situação não é correcta/benéfica, e que no futuro a mesma trará maus resultados. Que fazer? Viver os sentimentos actuais ou agir em prol da "sociedade"? E fazendo uma analogia a Adão e Eva, não será esse "amor proibido" uma tentação para fugir da rotina que vivemos?

Este tema, pode estar suportado em experiência/opinião pessoal, mas tudo o que foi dito no post pode-se transportar para outros aspectos sociais sem precisar de mudar alguma vírgula.
Pode-se transportar para a inclusão de uma pessoa no meio social, onde a sociedade "diz" como e onde se deve divertir, como se comportar, o que gostar, o que vestir. Usando este último exemplo, há pessoas que se sentem à vontade com o que vestem (seja mais extravagante, radical, formal ou casual) e não deixam que outros as afectem só porque não gostam da indumentária; outras há, que vestem-se para agradar a outras pessoas, chegando ao ponto de vestir roupas que não gostam ou de não usar roupas que gostam. Cada pessoa deve (ou deveria) assumir os seus gostos, sentimentos, personalidade própria.
Mas também reconheço que para haver "equilíbrio" no mundo, para haver pessoas com personalidade própria, também tem que haver uns "pobres coitados" que se submetem a regras sociais. Não há Bem sem Mal; não há anjo sem diabo.

Seja a nível individual ou social, uma pessoa pode pensar que tem controle de muitas coisas, até que algo ou alguém lhe mostre o contrário. Qualquer acção e/ou sentimento será algo de crítica e de elogio.
Pensamento: "Nunca se justifique. Os seus amigos não precisam e os seus inimigos não vão acreditar."

Ana Maia disse...

Excelente comentário! Em várias coisas que escreveste percebeste o que transmiti neste post, escrito no momento, em que sentimentos muito contraditórios estavam a ser sentidos!

Obg!

Sunshine disse...

Adorei este post... e adorei o comentário do DRC.
Penso que não existe pessoa á face desta terra que não saiba se ver neste texto... porque algures no tempo cada pessoa sente-se presa por o meio em que vive...
Li algures que a maior liberdade que um ser humano pode aspirar é escolher a sua prisão - não sei quem escreveu mas sei que o toque de verdade deixou-me deprimida quando o li pela primeira vez.
Outro comentário que marcou-me muito na vida foi o Tennessee Williams que escreveu, escrevo em inglês porque não sei traduzir sem perder o seu significado:
"We are all imprisoned to a life sentence of loneliness within our own skins"

Tenho poucos anos de experiencia nesta vida, ainda estou a tentar deciphrar o sentido da vida. .. mas também já me apercebi que vou morrer com essa missão porque ninguem verdadeiramente encontra as respostas para todas as suas perguntas.
No entanto, cheguei á conclusão que não vale a pena tentar suprimir as emoções... não dá para controlar e quem as ignora vai as sentir mais cedo ao mais tarde, normalmente num dia escuro quando se está sozinho e já depois do tempo de fazer algo por elas.
Controlamos as nossas decisões e controlamos as nossas attitudes pelo que o poder das nossas emoções está sempre nas nossas mãos... mas eu acredito que uma decisão de prudencia nunca invalidou a emoção em si. Eu posso sentir raiva sem dar a chapada... e só sentido a emoção é que posso me livrar dela.
Senão sei que um dia vou-lhe encontrar quando menos quero.
Aplico a minha teoria para todas as emoções... obriga-me ser resilient mas pelo menos não olho para trás com resentimento.

Adorei o post!... De todos que tens escrito, confesso que este mexeu mais comigo. Se precisares de alguem para ouvir, um ombro amigo; podes sempre contar com ambos os meus.

Ana Maia disse...

Foi provavelmente o post mais pessoal e espontâneo que escrevi.