O racismo é a tendência do pensamento ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de carácter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade.
( isto é novidade para alguém, alguém discorda disto? )
5 comentários:
Racismo, Etnocentrismo, Discriminação
Algumas das (muitas) designações que acabam por reflectir o mesmo tipo de pensamento, diferença de raças e/ou culturas, superioridade de um sobre o outro.
Este tipo de atitude ou linha de pensamento é baseado em desconhecimento e/ou má informação, ou simplesmente "ódio" por ser diferente. Acho que neste aspecto vai ser cómico se houver raças superiores espalhadas pelo Universo, aí vamos estar todos no mesmo papel.
Em termos mais terrestres, há poucos dias vi algo engraçado (sem dispromor pelo assunto ou pessoas) no programa "The Tonight Show" com o Jay Leno. Em jeito de brincadeira acabou por realçar um aspecto interessante, estava ele a fazer um comentário sobre a nova época do "survivor" nos Estados Unidos, que na última versão resolveram dividir as 4 equipas por raças, os Afros, os Asiáticos, os Latinos e por fim os brancos. No seu jeito de comediante, Jay Leno dizia que os espectadores de raça/etnia negra iriam apoiar fortemente a equipa dos "Afro", os espectadores de raça/etnia asiática iriam apoiar vigorosamente a equipa asiática, os espectadores de raça/etnia Latina iriam apoiar totalmente a equipa latina, mas os espectadores de raça/etnia "branca" não podiam fazer o mesmo sob pena de serem acusados de serem racistas, teriam que limitar-se a bater palmas sem mostrar eforia pelo resultado da equipa.
Dá que pensar...
Em termos pessoais, gosto de pensar que não sou racista, e digo gosto porque quando era mais jovem e pensava que não era, fizeram-me a pergunta "Casavas-te com uma preta?". O tempo ou a pausa que fiz antes de responder foi demonstrativa que não era isento de preconceitos, na altura a primeira coisa que pensei foi nos aspectos negativos da "outra raça".
Actualmente gosto de pensar que não sou racista, mas admito que faço discriminações, não pela raça ou cultura em si, mas através da imagem que a sociedade nos dá de que as outras raças originam problemas pela não adaptação ao país (Ex: Tenho amigos pretos, ucranianos, asiáticos entre outros, ao conhecê-los sei que não representam "perigo", mas ao ver por exemplo pessoas que não conheço, que vivem em "barracas" e depois andam vestidos com roupa de marca ou andam de mercedes, ou tem as prioridades na vida trocadas ou tais propriedades não são exactamente "lícitas", seja gangs de pretos, mafia russa, tríades chinesas, etc).
Definistes perfeitamente a palavra e o seu conceito.
Ainda me ri um pouco com o conto sobre a história do Survivor no Tonight Show.
Recentemente voltei da Africa do Sul um sitio em que tiver prazer de viver... antes e depois do apartheid. Apartheid é uma palavra afrikaans para descrever a era em si... para justificar o racismo.
Lembro-me da minha infancia antes de acabar o Apartheid, numa altura em que não havia negros na escola e que era me dito que eram uma raça inferior. Para ser sincera, não pensei muito no assunto. Com a minha innocencia de criança via os negros exactamente como deviam de ser vistos: como pessoas. E não perdia muito tempo em diferenciar-las.
Nunca mais vou-me esquecer quando entrou a primeira negra na nossa escola. O nome dela era Sarah e ela entrou com a maior coragem que algum dia lembro-me de uma pessoa ter. Lembro-me das minhas amigas estarem assustadas, de terem medo de uma pessoa de cor.
Os meus pais na altura não me ensinaram a ser racista e como portuguesa, já tinha sentido na pele a força da ser posta á parte por ser "diferente". Convidei a Sarah para fazer parte do nosso grupo de amigos e acabamos por ser grandes amigas.
Não vos mentir, na escola havia grupos; os portugueses, os pretos, os góticos, os musicos... ou seja, havia grupos porque dentro de cada grupo havia um interesse comum. Embora eu ter vivido num pais dividido por racismo, na escola não o sentia... porque compreendiamos a importancia de tolerancia e de respeito.
Voltei recentemente para um pais que continua a lutar contra o racismo. Infelizmente os papeis se reverteram, hoje em dia são os pretos que são avantajados. Que podem ter condições para começar um negócio ou para estudar... se tivesse sido considerada pela minha aptidão em vez da minha etnicidade, provavalmente nunca voltava para Portugal...
È dificil conter a revolta mas há que saber não culpar um individo por uma colectiva que age de forma que não concordamos.
Como o meu pai me ensinou quando partiram o meu coração pela primeira vez e considerei virar feminista; Só porque um cão te mordeu não significa que deves de odiar todos... e se ele te mordeu, talvez tinha motivos por isso. Elimina o motivo para que vivem em hormania.
Pois é... há muito que dizer sobre o tema. Não me considero racista mas voltei revolta com a destruição que o negros causaram na minha velha escola. Culpa deles ou de quem a gere?
È muito mais fácil apontar o dedo aos "outros"...
considero o racismo um dos exemplos mais cabais de ignorância.
Sendo ignorância acima de tudo falta de conhecimento.
A maioria das pessoas que julga os outros pela cor da pele não tem nenhuma espécie de relacionamento com pessoas de raças diferentes.
Nem vou falar em xenofobia, que embora muitas vezes ligada ao racismo, leva a um tópico totalmente diferente.
Chegaram a dizer-me algo como: " se fosses violada por um preto mudavas de opinião".Eu simplesmente respondi: " queres dizer então, que se for violada por um branco te deixo de falar, e aos meus pais, etc, e me deixo de ver ao espelho, porque me vou virar contra os brancos?"
Não obtive resposta. Qualquer fundamento para uma resposta
desapareceu de imediato.
É muito fácil apontar o dedo a minorias, principalmente quando são alvo tão facilmente identificáveis como ser de outra cor.
É muito fácil culpar os negros dos crimes, os emigrantes em geral pelo desemprego.
É muito mais difícil assumir que não queremos fazer depterminados de trabalhos, que há comunidades completamente ostracizadas pelo nosso regime, que foram empurradas para guetos, que são hoje bombas relógio.
É muito mais difícil apontar as vantagens das diferenças do que as desvantagens ( se bem que eu desconheça uma desvantagem em conhecer culturas diferentes, enfim ).
É muito difícil assumir que fazemos parte do " jogo " e que temos responsabilidades, como em tudo, na sociedade em que vivemos.
( este é um primeiro comentário, quero tentar evitar que a antropologia tome conta deste tópico, embora seja evidente que nunca conseguirei retirar de dentro de mim a antropóloga. Vou tentar fugir a opiniões mais científicas, apenas o farei se forem utilizados erradamente certos termos ou ideologias ).
... e já agora, só falta virem dizer que no tempo de Salazar é que era bom (sim, ainda há quem diga isso), que nesse tempo não havia emigrantes ou racismo!
O racismo em si é ou pode-se considerar uma estúpidez, mas penso também que o é ainda mais quando são as "vitímas" a provocar esse mesmo racismo, ou porque só se sentem bem se a sociedade os discriminar ou pura e simples ignorância.
Outro exemplo retirado da televisão americana (exemplo fictício mas que serve o seu propósito), um paciente negro é atendido por um médico negro, o qual atende os seus pacientes sem qualquer tipo de preconceito, apenas e sempre a pensar no melhor para a saúde. O médico depois de saber o problema dá uma receita de um remédio indicando que de acordo com os estudos recentes é o remédio geneticamente mais indicado para "pessoas como eles". Ao que o paciente pergunta, quem realizou os estudos, ao que o médico apercebendo-se da gafe que cometeu ao referir o estudo, respondeu que foram os brancos, pelo que o paciente recusa o remédio. O paciente acabou por levar o mesmo remédio (sem saber) quando um médico branco lhe disse que receitou o mesmo remédio que aos republicanos e o paciente assim sentiu-se "igual".
O racismo, e digo outra vez, é um acto estúpido mas o problema não está somente em quem o "practica", mas também em quem o "recebe", não há inocentes nesta história, há ou começa a existir aqui também o fenómeno do "não é problema meu, quem faz isso são os outros / a culpa é dos outros".
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