26 de outubro de 2006

O Grande Português

Como sabem, este é um passatempo da RTP, mas que apesar de ser apenas isso, não deixa de provocar debates, artigos de opinião e polémica. Ontem ainda vi um pouco do programa no canal 1 sobre este passatempo e como a própria RTP disse não houve nenhum critério específico para a sugestão dos nomes para a lista. Isso explica muita coisa, mas de facto, sem critério definido quem quiser votar de forma minimamente séria e ponderada, vai ter dificuldades em perceber, por exemplo, o que faz Oliveira Salazar nessa lista.

Dêem uma olhadela na lista e ficam a perceber a confusão e falta de objectividade na criação da mesma.

Cliquem no título do post para o link directo à página.

3 comentários:

Anónimo disse...

Bem, sobre o concurso em si, concordo com a falta de objectividade nas sugestões, mas a instituição de critérios só por si é/seria polémica:
Quem define esses critérios? Governo? Presidente ou Assembleia da Républica? O povo, por este ou outro formato?
E quais seriam esses critérios? Ser boa pessoa? Ter contribuido para a riqueza/evolução do país? Ter morrido pelo país?
A ideia chave que está no referido site é...

"O programa destina-se eleger a personalidade mais marcante da História de Portugal. O português que você mais admira."

Não diz se a pessoa tem que ser boa ou má, apenas marcar a História de Portugal, claro que há falta de objectividade nas sugestões, actores/artistas ou desportistas não marcam a história de um país (regra geral, houve o Ronald Reagan e um atleta americano - não me lembro do nome - que ganhou na Alemanha de Hitler contra atletas da raça superior). Autores de livros por exemplo, deixam marcas da cultura de um país a dada altura, mas não o marca.

Nessa perspectiva, não tenho dificuldades em perceber o que Salazar faz nessa lista, marcou 4 décadas do país (para bem ou para o mal), senão também teria dificuldade em perceber o que faz o Marquês de Pombal na lista, porque apesar de ter reconstruido Lisboa entre outros actos, foi um clone do totalitarismo, e dirigiu radicalmente a expulsão dos Jesuítas (de acordo com a biografia no site), o que alguns poderão comparar com Hitler e a "perseguição" aos judeus.

Mas também reparei que Alvaro Cunhal está elegível, e se for pelos aspectos positivos, o único marco positivo foi a oposição a Salazar, porque de resto é a representação do Comunismo, algo que o "nosso capitalismo" também tece forte critícas.

Muitos poderão alegar que não vivi durante o período de Salazar e que não sei o que era viver na época, mas também ouço muita a gente a dizer que "no tempo de Salazar é que era..." quando começam com queixas sobre o estado das coisas no país.
Atenção que não estou a defender Salazar ou que fez, mas defendo que seja elegível visto ter marcado 40 anos de história, mesmo que para o mal.

Em termos pessoais, se tivesse que votar neste momento, o voto iria para um dos alguns reis presentes na lista, o mais "merecido" talvês para D. Afonso Henriques, é ele que dá inicia a nossa história, mesmo que na altura de qualquer um, o regime politico fosse ditatorial como o de Salazar, apenas com o nome de Monarquia!

Ana Maia disse...

Não esquecer que a ideia é votar no " GRANDE " português. Isto subentende-se como sendo minimamente positivo para o país.
Se fosse " o mais marcante" entenderia alguns dos nomes sugeridos na lista....

Sunshine disse...

Yikes... olhando para a lista apercebi apenas de uma coisa... conheço muito pouco sobre Portugal e os unicos nomes que ainda fizeram alguma luz foi nomes de escritores, poetas e navegadores... Go Figure!