28 de junho de 2005

Carta - Ano 2070

" Acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém com 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade. Recordo quando tinha cinco anos. Tudo era muito diferente.
Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro. Agora usamos toalhas de azeite mineral para limpar a pele. Antes, todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras. Agora, devemos rapar a cabeça para a manter limpa sem água. Antes, o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje, os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma.
Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava, pensávamos que a água jamais podia acabar. Agora, todos os rios, barragens e lagoas estão irreversivelmente contaminados ou esgotados.
Antes, a quantidade de água indicada como ideal para beber eram oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo.
A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo e tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) já que as redes de esgotos não se usam por falta de água.
A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele provocadas pelos raios ultravioletas que já não tem a camada de ozono que os filtrava na atmosfera.
Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. A industria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-nos em agua potável os salários.
Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressequidade da pele, uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40. Os cientistas investigam, mas não parece haver solução possível.
Não se pode fabricar água, o oxigénio também está degradado por falta de árvores e isso ajuda a diminuir o coeficiente intelectual das novas gerações.
Alterou-se também a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos e como consequência há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações.
O governo cobra-nos pelo ar que respiramos.
As pessoas que não podem pagar são retiradas das "zonas ventiladas". Estas estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam a energia solar. Embora não sendo de boa qualidade, pode-se respirar.
A idade média é de 35 anos.
Em alguns países existem manchas de vegetação normalmente perto de um rio, que é fortemente vigiado pelo exército. A água tornou-se num tesouro muito cobiçado - mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui não há arvores, porque quase nunca chove e quando se regista precipitação, é chuva ácida.
As estações do ano têm sido severamente alteradas pelos testes atómicos.
Advertiam-nos que devíamos cuidar do meio ambiente e ninguém fez caso.
Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, falo-lhe da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente, ela pergunta-me:
-Papá... Porque se acabou a água?
Então, sinto um nó na garganta; não deixo de me sentir culpado, porque pertenço à geração que foi destruindo o meio ambiente ou simplesmente não levamos em conta tantos avisos.
Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco tempo porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.
Como gostaria voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto, quando ainda podíamos fazer algo para salvar ao nosso planeta terra! "

27 de junho de 2005

E que tal? Querem mais? Estou a tratar disso. A minha viagem de 23 a 26 de Junho depois vai aparecendo por aqui, mas principalmente na galeria do Olhares.com. Foi bom, muito bom, revisitar Londres! Posted by Hello

20 de junho de 2005


Para quem não sabia...uma das minhas grandes " pancadas ". Os aviões!

14 de junho de 2005

Eugénio de Andrade


Outro adeus. Ficámos mais pobres. Eugénio de Andrade. Um grande poeta, um marco da língua portuguesa. Morreu a 13 de Junho.

«O meu país sabe a amoras bravas no verão. Ninguém ignora que não é grande, nem inteligente, nem elegante o meu país, mas tem esta voz doce de quem acorda cedo para cantar nas silvas. Raramente falei do meu país, talvez nem goste dele, mas quando um amigo me traz amoras bravas os seus muros parecem-me brancos, reparo que também no meu país o céu é azul.»

Eugénio de Andrade

( Clicar no link - nome - para mais informações sobre o poeta )

Álvaro Cunhal


Faleceu a 13 de Junho. Não podia deixar de o mencionar, pela importância que teve no nosso país. Pela liberdade. Álvaro Cunhal será enterrado amanhã.

( Clicar no link - nome - para saber mais sobre Álvaro Cunhal )

11 de junho de 2005

Capitão de Abril

O General Vasco Gonçalves, um dos capitães de Abril e ex-Primeiro-ministro, faleceu este sábado, aos 83 anos.
A notícia foi confirmada à Agência Lusa pelo coronel Vasco Lourenço.

10 de junho de 2005

The End Of Ze World

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Mais uma do National Geographic - Fotografia do Dia - Árvores a tentar sobreviver a seca. Triste, não? Muito triste.

E viva o meu Queluz!

Já era tempo!

Queluz campeão 21 anos depois

A equipa de Sintra, dirigida por Alberto Babo, conquistou ontem o segundo título da sua história, depois de o primeiro ter acontecido em 1983/84, e fez a "dobradinha". Uma festa enorme e merecidissima, tal a superioridade demonstrada ao logo da temporada!

Clicar no link para saber mais!

3 de junho de 2005

"Um texto demagógico"

( Por Ricardo Costa, director de Informação da SIC Notícias )

Serve este texto para explicar como podia e pode o governo salvar o défice sem nos "lixar" a vida a todos. O artigo é, sobretudo, uma lista de mercearia (ou de lavandaria, para quem gosta dos livros do WoodyAllen). Os itens não vão por ordem de grandeza, mas são todos exequíveis. Ora aí vai:
1. Proibir qualquer governo de mudar a sua lei orgânica durante 20 anos.
2. Proibir qualquer ministro de mudar o nome do seu ministério e, assim, não encomendar novo logótipo, papel timbrado, envelopes, cartões e afins.
3. Proibir qualquer ministério ou direcção-geral de mudar de instalações e ameaçar criminalmente quem o fizer.
4. Proibir as delegações que vão a Nova Iorque de se instalarem no Pierre ou no Waldorf Astoria, apesar de os representantes da Guiné estarem lá.
5. Restringir o uso dos Falcon ao Presidente da República e ao Primeiro-Ministro.
6. Não encomendar nenhum estudo a nenhuma consultora durante 1 ano. Vão ver que os preços das consultoras baixam e que os 'power-points' deixam de ser um chorrilho de banalidades.
7. Extinguir todas as comissões de livros brancos, verdes e afins.
8. Extinguir os governos civis todos, vender os edifícios e a tralha respectiva.
9. Reduzir drasticamente o 'staff' variável dos ministérios e, sobretudo, das câmaras municipais para acabar com as máquinas de emprego partidário.
10. Proibir que os ministérios contratem empresas de comunicação para fazer a assessoria de imprensa ou que o façam através das empresas que tutelam.
11. Não nomear amigos e "malta do partido" para as administrações das empresas estatais e para-estatais.
12. Para assustar a nossa Banca, o Governo devia deixar que o BBVA comprasse um grande banco em Portugal.
13. Para mostrar que nem tudo está combinado na secretaria, o Governo devia deixar que o Belmiro ganhasse um concurso público qualquer. Lá porque ele não dá dinheiro aos partidos, começa a ser escandaloso que o maior empresário português nunca ganhe nada quando a decisão está nas mãos do Estado.
14. Vender os submarinos a algum país emergente (ou submergente, como nós).
15. Vender todos os quartéis que existem no centro das cidades, urbanizar 30% e pôr tudo o resto com espaços verdes geridos e pagos pelas construtoras que ficam com os direitos de construção.
16. Obrigar Angola a pagar a dívida.
17. Assumir que só as linhas do TGV Lisboa-Madrid e Lisboa-Porto é que podem ser rentáveis e acabar com as outras todas, que nunca vão ser feitas e para as quais se continuam a encomendar muitos estudos.
18. Condecorar o Paulo Macedo.
19. Depois de ser condecorado, sugiro ao Paulo Macedo que faça uma busca simultânea nos partidos políticos e nas empresas que montam campanhas eleitorais. Vai ver, finalmente, o que são sinais exteriores de riqueza.
20. Fazer o mesmo nas SAD dos clubes que vivem acima das possibilidades e jogam cada vez pior.
21. Implodir o Estádio do Algarve em cerimónia pública e obrigar o José Sócrates e o José Luís Arnaut a carregarem no botão e, já agora, a comprar a dinamite do seu bolso - são os dois ricos e não lhes faz diferença. Ameaçar, nesse mesmo dia, implodir os estádios de Aveiro e de Coimbra se continuarem a dar prejuízos monstruosos.